Ex-jogador disse ter sido coagido a falar em caso com funcionária da Secretaria de Esportes e Lazer
— Eu fui ao show do Thiaguinho no sábado e saí por volta de 0h40 da Neoquímica Arena. Voltando para casa, e eu moro no Arujá, eu fui passando e falando com as pessoas que iam no show de domingo, porque eu não ia poder ir, e disse “vou entregar os ingressos para vocês irem domingo” — narrou. — (Estava) Na rua de baixo da casa dela, e três ruas depois tem uma festa de comunidade, um baile funk. Eu estava falando com todo mundo e aí chegaram três indivíduos, que me abordaram. Aí eu tomei uma coronhada na cabeça, depois não vi mais nada. Quando entrei no carro, já coloraram o capuz e eu não vi mais nada.
Marcelinho reforçou que não tinha um caso extraconjugal com Taís. Ele diz que ela era sua amiga desde que se conheceram na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Itaquaquecetuba. O ex-jogador era secretário da pasta.
— Ela é minha amiga há 3 anos. Conheço o ex-marido dela, o Márcio, os dois filhos dela. É íntegra, guerreira, e falaram uma porção de coisa. Eu não tenho nada com ela. É minha amiga, porque fui secretário de Esportes em Itaquá — disse o ex-jogador. — Se você tem uma arma apontada para sua cabeça e a pessoa te obriga a falar, o que você faz?
O atleta aposentado contou ainda sobre os momentos vividos em poder dos sequestradores, numa casa na Rua Ferraz de Vasconcelos, em Guarulhos, na Grande São Paulo.
— Eu ouvi tanta coisa… queriam dinheiro, levaram, mas eu não estava preocupado com dinheiro. Estava preocupado com a minha vida e a vida dela (da Taís). Você encapuzado não vê nada, só escuta. Pedia para ir ao banheiro, beber água.
Questionado se acreditava que aquele era um sequestro relâmpago e que teria acontecido aleatoriamente com ele, o ex-jogador disse acreditar que sim.
— O carro é filmado (tem vidro escurecido), então provavelmente não sabiam. Viram um carro daquele porte, perto da comunidade, já chegaram para abordar e depois viram (quem era) — disse. — Eles ouviram o helicóptero chegando, barulho forte, e escutei: “a casa caiu, a casa caiu, temos que libertar ele, pega o menor de idade para dirigir e joga ele em outro lugar”.
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Segundo a polícia, cerca de R$ 40 mil foram extraídos por transferência por Pix. Marcelinho conta que eles pediram a senha do seu celular e faziam ameaças com o revólver.
— Pediram a senha do telefone e mostravam “que revólver é esse?” e ficavam girando. Você pensa nos seus filhos, na sua família, na vida, não na grana. A vida é relacionamento, e agora só quero estar com meus filhos. Tinha acabado de sair de um show maravilhoso. Era a minha vida e a da minha amiga em risco ali.
R$ 40 mil roubados via Pix
O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, informou que foram conduzidas seis pessoas. A princípio, cinco serão autuadas em flagrante e uma será ouvida como testemunha. Segundo ele, alguns têm passagem pela polícia. Eles devem responder pelo crime de extorsão mediante sequestro.
— Até checarmos tudo, os dois (Marcelinho e Taís) são as vítimas — disse Dian. — O menor de idade foi conduzido para a gente saber qual a participação dele.
Ele disse ainda que não é incomum que, nesses casos, sequestradores obriguem as vítimas a falarem o que eles mandam mediante coação.
— Isso não é incomum, de os sequestradores sob ameaças fazerem as vítimas falarem o que eles querem. Isso acontece. E o próprio Marcelinho relata isso, também corroborando a versão da Taís.
Sobre o Pix, Dian informou que foram transferidos cerca de R$ 40 mil da conta de Marcelinho:
— O menor de idade foi conduzido para a gente saber qual a participação dele.
O delegado-geral disse ainda que havia entre seis e oito pessoas no cativeiro, além daquelas que já foram presas e as investigações continuam para chegar a essas pessoas. Ele acredita que, a princípio, o homem que teria dado a coronhada em Marcelinho não está entre os detidos.
O capitão da PM Nilander de Siqueira, do 35º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Itaquaquecetuba, explicou que a polícia recebeu uma denúncia anônima sobre o local onde Marcelinho estava.
— A Polícia Militar já estava no patrulhamento, o Copom (Centro de Controle de Operações da Polícia Militar) recebeu uma denúncia anônima de que havia um casal que estava em cativeiro, na rua Ferraz de Vasconcelos, em Itaquaquecetuba. A partir dessa denúncia, os policiais fizeram a procura desse casal, porém nada encontraram. Nessa casa, havia um corredor. Então os policiais visualizaram duas mulheres, viram uma moto que estava parcialmente desmontada, o que indicou aos policiais que poderia haver algo de ilícito ali. Os policiais continuaram no corredor e quando subiram a escada, encontraram o Marcelinho — detalhou.
FONTE: Terra Brasil Notícias
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